“Lives NPC”. Se estás a acompanhar as notícias nos últimos dias ou tens uma conta ativa no Tiktok, já deves estar ciente dessa nova tendência, entre as dezenas que aparecem a cada mês. Porém, algo sobre essa tendência em particular tem me deixado reflexiva e, de certa forma, preocupada.

Se não estás familiarizada com o termo, nos vídeos, os influenciadores agem como personagens figurantes nos videojogos. Eles só respondem ou realizam ações quando recebem presentes, que têm valor monetário, doados pelos seus seguidores durante as transmissões. Isso fez-me refletir sobre o que estamos dispostas a fazer em busca de reconhecimento.

Não estou aqui para julgar: todas nós gostamos de nos distrair online, isso é facto, e eu mesma sou adepta à uma dose diária de entretenimento online. No entanto, algo chamou-me atenção nessa nova tendência: a forma como a busca por curtidas, seguidores e reconhecimento está a levar as pessoas a adotarem uma postura artificial e pouco autêntica.

E infelizmente isso não acontece apenas nesse tipo de conteúdo, na verdade isso já acontece há um tempo. Nas redes sociais, muitas vezes as pessoas deixam de lado a sua autenticidade à procura por reconhecimento. E a busca incansável por, em alguns casos, ganhos financeiros, leva as pessoas a moldarem suas identidades de maneira atraente para as plataformas.

É como se as pessoas criassem uma versão delas mesmas que é mais popular e atraente online, que se adequa melhor ao “algoritmo”. E é curioso como, ao mesmo tempo em que muitos se afastam da sua genuinidade em busca de aprovação e reconhecimento, a tecnologia avança no sentido oposto.

 

A nova era: robôs humanizados e seres humanos artificiais

Não é novidade, a inteligência artificial já faz parte das nossas vidas mais do que podemos perceber. Desde buscas rápidas no Google até as recomendações altamente personalizadas nas nossas redes sociais, a inteligência artificial é uma presença constante. Tudo isso é alimentado por máquinas inteligentes, que cada vez mais estão a ser humanizadas.

Um exemplo disso são os MetaHumans, humanos que estão a ser criados digitalmente e que diversas empresas já estão a usar para produzir uma variedade de materiais, como materiais de marketing e vídeos de treinamento.

A ironia aqui é evidente: enquanto muitas pessoas se transformam em versões artificiais de si mesmas, orientadas pelos algoritmos que determinam o que é visível e popular, a tecnologia está a evoluir na direção oposta. Estamos a ver robôs que não só executam tarefas complexas, mas também interagem de maneira quase natural connosco! Será que, na nossa busca por reconhecimento, estamos a afastar-nos de quem realmente somos?

E tu, Femy, o que pensas sobre o momento que estamos a viver? Considero essa era como um desafio e uma oportunidade. À medida que robôs se tornam mais humanos, podemos usar essa tecnologia para nos auxiliar, ao liberar tempo e energia para nos concentrarmos no que realmente importa. Enquanto isso, não podemos perder de vista a essência da nossa própria humanidade e a importância de nos conectarmos com as pessoas ao nosso redor.

Nossa capacidade de compreensão, empatia e conexão emocional é insubstituível. Essa é a minha aposta para o momento atual — que possamos compreender seus potenciais e limites para, assim, levarmos uma vida equilibrada e genuína, alinhada com quem realmente somos.

Por hoje o post fica por aqui, vemo-nos na próxima semana com mais conteúdos enriquecedores!

Com carinho,

da Tua Femy Ny

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